Esse texto é inteiramente para mim e para mulher que eu estou me tornando.
Tenho notado que são as raras vezes que escrevo sobre mim mesma, sempre escrevo sobre o cara que eu amei, sobre os relacionamentos abusivo que sofri, sobre a experiencia de perder um bebê e sobre todas as demais emoções que afligem o meu coração no momento. Mas escrever sobre mim? nunca, nunquinha. Dá até medo.
Quando eu escrevo eu desabafo, analiso, repenso, vejo como eu me sinto e encaro os fatos. Escrever é como tirar os problemas da caixa e ter a chance de reorganizar através das palavras. Escrever sobre mim mesmo seria como uma auto analise, isso me assusta, confesso.
De modo geral, nós, meros mortais temos um certa dificuldade de nos encararmos. É dificil mesmo olhar no espelho e se enxergar, olhar para defeitos e as virtudes, se conhecer no mais intimo e ainda sim praticar o amor proprio.
Com o perdão da expressão, tem dias que são fodas.
Tem dias que só queremos fugir do monstro do armario, mas o grande problema é que podemos perceber que nós somos os monstros. Nós somos o proprio vilão da historia, que as vezes erramos, passamos do ponto, perdemos a linha. Chegamos nos extremos, no fundo do poço. Achamos que estamos prestes a sair e logo percebemos que o buraco é muito mais em baixo.
Talvez quem esteja lendo todo esse texto ache que estou no meio de um buraco, sem visão. Venho lhe informar que não, ainda não, porque tudo é mutavel né? Hora estamos, hora não, de repente estamos de novo e assim vai...
Mas estou forte o suficiente para olhar para todos os buracos da vida com serenidade, forte o bastante para entender que tudo é um processo e que nada, absolutamente nada, acontece por acaso.
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